Do trovão para o amor
[box type=”note” ]Uma combinação de erros pessoais com a graça persistente de seu Mestre começou a transformar um “filho do trovão” no “apostolo do amor”.[/box]
Hoje conhecemos João como o “Apóstolo do Amor”, mas ele não começou assim. Se não tivesse permitido que Cristo suavizasse sua personalidade e seu temperamento, a história poderia ter-se lembrado dele por uma perspectiva completamente diferente.
Sempre que mencionam João, os evangelhos costumam relacioná-lo a Tiago, seu irmão. A dupla administrava uma empresa de pesca juntamente com Zebedeu, pai deles. João esteve entre os primeiros discípulos a ouvir e a seguir Jesus Cristo (Mt 4:21-22)
A tendência de João era pensar em branco ou preto, sem muito espaço para outras cores, interpretando qualquer desfeita como uma ataque pessoal. Já de início, o temperamento esquentado de João levou Jesus a dar a ele e a seu irmão o apelido de Boanerges, ou “filho do trovão” (Mc 3:17)
A medida que a morte de Jesus se aproximava, os planos de viagem dos discípulos os levaram a passar por Samaria. Mas quando os samaritanos – que detestavam os judeus tanto quanto os judeus os odiavam – ouviram que Jesus pretendia visitar Jerusalém, recusaram-se a dar-lhe as boas-vindas. Assim que João e seu irmão souberam dessa desfeita, saíram logo atacando: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?”. João aprendeu uma lição importante naquele dia, quando Jesus o repreendeu por seu pergunta abominável (Lc 9:51-56)
Em outro episódio, esses “filhos do trovão” abordaram Jesus em particular e pediram-lhe um favor: queriam assentos de honra no reino vindouro. Os outros discípulos não ficaram nem um pouco contentes ao saber daquele pedido secreto. Cristo usou o desastroso incidente para ensinar a seus seguidores que honra e posições de liderança espiritual são alcançados por meio do serviço, n~ao por jogos de poder ou por esforço pessoal. (Mc 10:35-45)
Conforme assistiu a seu Mestre trabalhar e ministrar no transcorrer de três anos e meio, João foi mudando gradualmente. Por fazer parte do grupo formado pelos três associados mais próximos de Jesus (juntamente com Pedro e Tiago), João alcançou um discernimento especial sobre o Cristo vestido de luz no monte da Transfiguração (Mc 9:2-13). E juntou-se ao Mestre no kardim do Gestsêmani na noite da prisão de seu Senhor (muito embora tenha adormecido quando Jesus lhe pediu para orar… Veja Mc 14:32-42).
Naquele momento, João já havia abrandado bastante. Uma combinação de erros pessoais com a graça persistente de seu Mestre começou a transformá-lo. João foi o único discípulo que assistiu a crucificação – e foi a João que Jesus deu a responsabilidade de cuidar de sua mãe (Jo 19:25-27).
João é um exemplo perfeito do poder de Jesus Cristo para transformar vidas. Esse homem de negócios pragmático e esquentado tornou-se um exemplo da graça e do amor – e, por fim, escreveu cinco livros do Novo Testamento. Da próxima vez que ler 1 João, lembre-se de que um “ex-filho do trovão” escreveu aquelas palavras compassivas.
[box type=”note” ]Moral da historia: Deus pode abrandar o temperamento mais duro – desde que o deixemos fazer isso.[/box]
Bibliografia:
Bíblia de estudo : desafios de todo homem / editor executivo Stephen Arterburn ; editor geral Dean Merrill ; traduzido por Emirson Justino. – São Paulo : Mundo Cristão, 2012.